1. Pais com crianças desaparecidas após as chuvas na região serrana do Rio temem que os filhos possam ter sido entregues ilegalmente para outras famílias.
2. A juíza da Vara da Infância e Juventude de Teresópolis, Inês Joaquina Sant'ana Santos Coutinho, determinou que a prefeitura recuasse. Ela também emitiu nota explicando que órfãos poderão ser entregues a casais sim, mas os já cadastrados para adoção na lista nacional, como prevê a legislação.
3. Mesmo com a providência tomada pela Justiça, começaram a surgir boatos de que crianças desabrigadas estavam sendo retiradas clandestinamente dos abrigos. No ginásio Pedrão, no centro da cidade, a prefeitura fez uma ficha para cada criança. Nenhum pai ou mãe pode sair do local com filhos sem o documento. Há, porém, outros abrigos espalhados na cidade sem controle da prefeitura. A Vara da Infância e Juventude de Teresópolis afirma que ainda não encontrou crianças órfãs em abrigos da cidade.
4. Assistentes sociais fazem buscas em hospitais levando fotos entregues pelos pais com filhos desaparecidos. O operador de máquinas Jonne Bernadino Maia é um dos que temem que seu filho desaparecido possa ter sido entregue a outra família. Ângelo, de quatro anos, está desaparecido, mas uma vizinha diz ter visto o menino ser resgatado com vida. Ele já fez uma peregrinação por abrigos e hospitais sem encontrar a criança e distribuiu fotos dele com o menino.
Vamos devagar, pois a situação de crise não pode se agravar com a velocidade de ações que desrespeitem o direito à Convivência Familiar e Comunitária de crianças perdidas de seus pais e de seus parentes. Faz urgente um trabalho artesanal de proteção das crianças das áreas de risco e de localização das famílias, antes de qualquer medida apressada de adoção ou da medida de abrigamento institucional.