quarta-feira, 20 de abril de 2011

Apenas um centro psicopedagógico atende toda rede pública de ensino

Reportagem do DFTV

São quatro psiquiatras, quatro pedagogos e 14 psicólogos para uma demanda de 100 pacientes por semana. Acompanhamento profissional evitaria ações violentas, como a que ocorreu na escola do Guará.

No DF, crianças e adolescentes esperam anos para conseguir acompanhamento psiquiátrico. Faltam profissionais para atender a demanda. Muitos até ficam sem o tratamento regular, que poderia evitar problemas de violência dentro e fora das escolas.
O Centro de Orientação Médico Psicopedagógica do DF (Compp), na Asa Norte, é o único centro de atendimento de saúde mental do DF. O centro também atende o Entorno. São 100 novos pacientes por semana para uma equipe de quatro psiquiatras, quatro pedagogos e 14 psicólogos.
“Claro que tem uma perda de qualidade aí. Com maior número de profissionais, nós teríamos ótimos atendimentos, com certeza”, afirma a coordenadora do Compp, Divanet Medeiros de Lima.
Depois de dois anos de espera, o filho de Julieta Batista conseguiu atendimento psicopedagógico no centro. Ele tem dificuldades de aprendizagem. “Espero que dê certo”, diz.
Guará

Nesta terça-feira (19), o policiamento foi reforçado e as aulas foram suspensas na escola do Guará. Professores, polícia e Ministério Público discutem segurança e violência. Na sexta-feira, um grupo de alunos agrediu policiais militares e ameaçou a diretora.
Ontem, professores se negaram a entrar nas salas. Por causa disso, houve mais confusão. Os alunos estouraram bombas nos arredores. “Deveriam acompanhá-los, ver o motivo dessa rebeldia excessiva, falta de educação, comportamento inadequado para uma escola”, diz o professor Marcos Rodrigues.
Um educador, que não quis ser identificado, trabalha com um aluno que há um ano foi diagnosticado com perfil psicótico e não consegue atendimento profissional. “Ele, tendo esse acompanhamento psiquiátrico, levaria uma vida normal, como outra criança qualquer”, avalia.
As aulas na escola do Guará só recomeçam na segunda-feira. Amanhã, haverá reunião com os pais. Os 29 alunos considerados problemáticos serão transferidos. O policiamento vai ser reforçado e a Secretaria de Educação prometeu mais funcionários.

Maria Fernanda / Márcio Muniz / Marcione Santana

Fonte: Site do DFTV em 20/04/2011

domingo, 17 de abril de 2011

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO CDCA- COMPROMISSO DE AÇÃO ENTRE GOVERNO E SOCIEDADE

VAMOS ALCANÇAR O STATUS DEMOCRÁTICO QUE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 AFERIU AOS CONSELHOS DE DIREITOS!!!!

Realiza-se na Chacara Manacá ( Maristas) a elaboração do Planejamento Estratégico do CDCA-DF para a Gestão 2011-2012, nos dias 14 e 15 de Abril de 2011. Auxiliado pela Consultora Andreia, o Planejamento transcorre de forma dialógica, e procura encurtar a distância entre intenção e ato.


O fato de ter sido criado no novo Governo do Distrito Federal a Secretaria da Criança, sob a liderança do Dr. Dioclésio de Campos Júnior, significa que jamais deixaremos de retroceder, e sim afirmar com todas as forças e mobilizações sua validade, mesmo que por fora das cotas partidárias de governabilidade do atual Governo Agnelo. Que a Secretaria Executiva tenha condições de trabalho num cenário político em que o CDCA ganhará sua credibilidade para o controle das políticas públicas, um quadro de pessoal de assessores de carreira e um gestão do Fundo da Infãncia com autonomia e transparência.


Em nome da Presidencia do CDCA-DF Sra. Milda Moraes, enfatizamos a confiança, provada e alicerçada nos dias que passamos juntos em planejamento estratégico. Agradeçemos a convivência, os conflitos e partilha de dons, sorrisos e talentos, palavras e ações que resultaram no PRODUTO que vamos venerar com nosso compromisso pessoal e coletivo, levando-o adiante entre nossos interlocutores das Secretarias de Estado, Entidades e todo o SGD.


Parabéns a todos que estiveram presentes e aos que não puderam se fazer como tanto desejavam. Valeu a experiência da partilha da mesa lauta, dos momentos de mística dirigidos pelo Geraldo, da teimosia de todos para salvaguardar os pontos de vista e tecer uma maior aproximação do que melhor desejamos para as crianças no novo cenário do Governo que afirma ter priorizado os Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes. Juntemos forças para garantir a afirmação estratégica da Secretaria da Criança contra o descaso e omissão que no passado tanto nos oprimiu e quase devastava a esperança. Novos tempos e novos Conselheiros, com maiores condições de avançar.


Parabéns a Presidente Milda, ao espaço Marista que nos acolheu, a Silvana que nos possibilitou momentos tão agradáveis. Agradecidos estamos também pela Andreia Consultora! A cada um e a cada uma.... gratidão e nossa confiança de fazer do espaço político do CDCA o maior consenso possível em favor de políticas públicas mais acertadas, e mesmo que por caminhos diversos, floresça garantia que nos aliança em favor de uma Infância e Juventude mais felizes!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A REDE SOCIAL DO PARANOÁ/ITAPOÃ CONTRA A COMPULSÓRIA MUDANÇA DE ADOLESCENTES PARA O PERÍODO NOTURNO.

Somos favoráveis pela retomada de estratégias diante desta mudança:
1. Entendemos que esta estratégia é apenas um paliativo para a falta de vagas no turno diurno adiando a solução da real questão e aumentando os problemas do turno noturno que não está preparado para acolher esta faixa etária, haja vista sua maior vulnerabilidade frente aos riscos inerentes ao referido período.

2. Dificulta o acesso dos adultos que de fato querem estudar no noturno e colabora com a evasão dos mesmos por incompatibilidade de estratégias ou planejamentos de aula para adultos/adolescentes que os mantenha interessados, pois ao passo que os adultos já possuem uma maior vivência e experiência, os jovens menores de 18 anos ainda estão inserindo-se no mundo adulto, com dúvidas e dificuldades que necessitam de um maior acompanhamento e que influenciam diretamente na relação ensino/aprendizagem.

3. Falta de oportunidade de trabalho para menores de 18 anos, pois o programa menor aprendiz não abarca esse perfil de alunos, o que pode (re)inserir o adolescente em um ciclo de riscos, exclusões e vulnerabilidades.

4. Estímulo ao trabalho infantil ilegal, haja vista o curto alcance das atividades complementares e de programas voltados para adolescentes, o que pode gerar uma ociosidade dessa população no período diurno, fazendo com que os pais acreditem ser coerente a sua inserção no mercado de trabalho informal e/ou precarizado, prejudicando, portanto a manutenção das condições que permitam seu desenvolvimento integral enquanto sujeito de direitos.

5. Ação que corrobora para a evasão destes adolescentes que já tinham dificuldade no horário diurno, pois devido ao público atendido, sabe-se que a educação noturna possui outro ritmo, adaptado para as necessidades dos adultos que trabalham durante o dia e que em sua maioria estava há muito tempo longe das salas de aulas, sendo assim diferenciadas das necessidades de jovens que estão no fluxo correto ou com pequena defasagem.

6. Contribui de forma negativa para a desestruturação da rotina, já que expõe os alunos aos riscos do horário noturno, inadequado a faixa etária, e apropriado para: o sono reparador e ficar no ambiente familiar quando a maioria dos familiares se encontram em casa para o convívio com a família. É importante ressaltar o papel fundamental da família como elemento básico da sociedade e meio natural para o crescimento e o bem-estar de todos os seus membros, não devendo, dessa forma, o jovem ser privado desse momento - que nas famílias contemporâneas, devido a situações típicas do dia a dia (como por exemplo, o trabalho dos genitores) concentra-se no período noturno.

7. Também gostaríamos de destacar a dificuldade de transporte, já que a distancia da casa até a parada muitas vezes é longa e devido ao horário este trecho torna-se altamente perigoso para estes jovens, sendo necessário considerar que essa população é a maior vítima de crimes violentos, como homicídios, latrocínios e violência sexual, conforme pode ser observado nos mais diversos estudos contemporâneos sobre o fenômeno da violência.

8. Tudo isso demonstra a contradição da política de manter o adolescente na escola e o combate à violência, pois conforme preconiza Vera Leonelli[1]: “se trabalhamos com direitos da criança e do adolescente, e buscamos sua eficácia, devemos atuar no sentido da afirmação, pelo menos, dos direitos relativos ao conjunto da sociedade, e de outros sujeitos específicos, evitando posturas e ações ‘corporativas’ que a pretexto de proteger determinados indivíduos, segmentos ou grupos sociais, contribuem com a substituição de injustiça por outra injustiça”. Diante do exposto e considerando que a escola deve se configurar enquanto um espaço capaz de proteger a criança e o adolescente, além de criar mecanismos capazes de efetivar os outros direitos, próprios à condição de pessoas em desenvolvimento, em consonância com o preconizado no ECA e na Constituição Federal solicitamos que seja viabilizado com urgência o retorno destes adolescentes ao turno diurno ao qual eles pertenciam mesmo considerando a necessidade de construir escolas com o objetivo de agregar novas salas de aulas voltadas a esse público. Tal situação que pode ser mediada temporariamente com a inserção dos adolescentes nas salas e vagas ociosas das demais regionais de ensino com ênfase na DRE Plano Piloto/Cruzeiro, ressaltando-se a necessidade de ofertar o Transporte Escolar para os mesmos a fim de garantir sua permanência no sistema público de ensino.