terça-feira, 22 de março de 2011

A EXPERIÊNCIA DAS REDES SOCIAIS DO DF - FORTALECIMENTO DAS COMUNIDADES E NA PROTEÇÃO INFANTO JUVENIL.




Exatamente esse foi o tema de debate da Primeira Mesa na tarde do dia 21, durante o Seminário “Promovendo o Direito à Convivência Familiar e Comunitária”, que o Berço da Cidadania faz acontecer no Centro Cultural de Brasília, na 602 Norte.

A história da Rede da Ceilândia foi vivenciada pela filósofa/pedagoga Maria Madalena Torres, e a de São Sebastião pelo assistente social Marcelo Emanuel dos Santos. O tema justificou-se no Seminário, depois da manhã cheia de pronunciamentos e da exposição dos Projetos que o Berço da Cidadania levará em frente nos próximos dois anos: “Cuidando de quem Cuida”, “Roteiros para a Cidadania” e “Construindo Vínculos”, voltados para a formação continuada dos Serviços de Acolhimento. “Em pouco somos capazes de proteger as crianças quando a situação de pobreza e de miséria escurece o horizonte e ficarmos quietos”, disse um dos participantes saudosos que segundo os expositores precisam ser reeditados e mexer com as multidões organizadas para forjar uma nova cultura de proteção infantil. Reparem bem que quanto mais crianças estiverem nos “abrigos”, mais precisam da sociedade movimentando suas causas populares e se fortalecendo para novas conquistas de direitos.

Ceilândia remonta o movimento social do final dos anos 80, no apogeu do movimento social no Brasil que durante a ditadura militar se formou na resistência por participação popular e expressão da mais fiel democracia. O Centro de Educação Paulo Freire foi jardim cultivação de líderes comunitários. Alfabetizou uma geração de adultos que se tornaram militantes do movimento social e da multiplicação de serviços na Ceilândia. Uma história de resistência que não teve muita repercussão na mídia. Descobre-se que são as avós, com alto índice destas que cuidam das crianças enquanto ativistas no cuidado dos netos e na leitura do mundo, favorecendo assim que seus filhos e filhas lutem para sobreviver nos empregos.

A Região Administrativa de São Sebastião, através do Marcelo, também mostrou sua pujante experiência mais recente de mobilização, de enfrentamento dos problemas em Rede, contabilizando resultados, mostrando para a mídia que quem pauta as notícias são os mais fiéis militantes inseridos na luta da comunidade. O tempo dos aproveitadores de plantão que querem camuflar o que realmente acontece naquela grande comunidade está acabando e se constrói um novo tempo de autodeterminação, por fora das manipulações políticas com seus currais de eleitorado. Fato este quando o Jornal Nacional esteve em Brasília, e uma caravana de militantes do movimento social tornaram-se os protagonistas para falar dos reais problemas, tal como aconteciam e sentiam.

Para explicitar o quadro do movimento social crescente no DF, complementei a partir da mobilização que ora acontece nas outras RAs, dissertando sobre os passos fortes que a Rede do Paranoá / Itapoã está tomando, a iniciação articulada que a RA de Sobradinho e a embrionária de Planaltina.

Fato inédito é que nessa nova fase de ressurgimento do movimento social que acontece nas RAs do Distrito Federal é que todos se sentem protagonistas, quer sejam colaboradores ou colaboradoras do CRAS, CREAS, CAPS, da Saúde ou da Educação, ou colaboradores e voluntários das Entidades da Sociedade Civil. Mobilização que dá apoio uns aos outros com foco no usuário que precisa também ser um participante crítico do serviço que se presta.

Movimento Social, como disse Joaquim Proença Sigaud, do IDEST de Porto Alegre, ao coordenar a mesa: “Certamente a Política Pública Básica voltada para as crianças e adolescentes serão fortalecidas e só assim podemos sonhar com os espaços de acolhimento desocupados, e as famílias fortalecidas dentro de um Estado Democrático de Proteção Integral”.

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